Olá pessoas! Ontem, dia 21/12, a youtuber Carol Moreira divulgou o vÃdeo de sua entrevista com o ator Vin Diesel, gravada durante um evento de divulgação do seu novo filme Triplo X. Antes de exibir a conversa, Carol fala um pouco sobre ela e diz ter se sentido desconfortável com os elogios dirigidos a ela pelo ator. Durante o bate-papo, as perguntas são interrompidas diversas vezes pelo entrevistado, que diz não conseguir continuar por causa da beleza da entrevistadora. Em um determinado momento, ele se levanta e se aproxima da moça, visivelmente incomodada. Depois da publicação, a história se espalhou e grandes portais online a noticiaram com manchetes como: "Youtuber Carol Moreira relata assédio de Vin Diesel durante entrevista".
A primeira coisa que devemos notar é que, em sua pequena introdução, Carol não usou a palavra assédio, apesar dela ter aparecido depois da grande repercussão do caso. Quem assiste a entrevista percebe como ela estava bem preparada e tinha pesquisado para fazer perguntas realmente interessantes, que exigem um pouco de conhecimento sobre a pessoa entrevistada. Na cabeça gravada para o vÃdeo, ela se mostra incomodada pelas constantes interrupções que impossibilitaram, inclusive, que ela fizesse todas as perguntas preparadas. As redes sociais se dividiram, várias pessoas criticaram a moça em suas redes sociais, dizendo que ela queria fama e que não aconteceu assédio durante a conversa. Enquanto isso, um problema óbvio é pouco discutido, em parte pela má divulgação da imprensa. Carol estava lá como jornalista, fazendo um trabalho para o qual ela se preparou, estudou e se dedicou. Nessa situação, o comportamento do ator se torna inapropriado. Muitos não entendem as dificuldades que as mulheres passam no ambiente de trabalho e como, em certos momentos, somos reduzidas ao nosso sexo. O ambiente em que eles estavam era destinado para falar sobre ele, mudar o foco da conversa desvaloriza um trabalho que ela estava se esforçando para concluir.
Ainda esse mês, a primeira edição do Masterchef Profissionais também levantou debates sobre machismo em ambientes de trabalho. Dayse Paparoto, campeã do programa, foi subestimada pelos concorrentes diversas vezes, mesmo tendo um impressionante histórico de vitórias. Na grande final, depois de coroada vencedora, a irmã de Marcelo, seu concorrente, deu a entender que ela só tinha ganhado por ser mulher e estar envolvida nessa polêmica. A opinião não é só dela, muitas declarações do tipo foram feitas nas redes sociais, desmerecendo completamente a vitória de Dayse. Essas pessoas não levam em conta que ela acumulou o mesmo número de sucessos em provas durante o programa que o seu oponente, que ela nunca esteve correndo o risco de sair ou que ela, por um milagre do destino, cozinhou melhor naquele dia.
A discussão que deve ser levantada nesse momento, usando como base esses dois casos, é porque é sempre tão difÃcil reconhecer que uma mulher é boa naquilo que ela faz profissionalmente, esquecendo que ela é bonita e sem usar como desculpa que ela é mulher. A sociedade constantemente diminui as qualidades que uma mulher pode ter à beleza dela, sem considerar sua inteligência, seu talento, seu preparo ou sua capacidade. Se coloque no lugar da Carol, imagine ter seu trabalho interrompido diversas vezes, ao ponto de ser prejudicado, para ter sua beleza ressaltada. Não é legal, né? Agora se imagina na cozinha, no lugar da Dayse, vendo seu esforço e seu talento serem desmerecidos e tendo sua vitória atribuÃda ao simples fato de ser mulher. Também não foi bom, eu aposto. O fato de que as mulheres são tratadas diferente, com menos respeito, no ambiente de trabalho é indiscutÃvel. Agora devemos trabalhar, como sociedade, para aprender que, no local de trabalho, somos todos profissionais. Sem importar cor, sexo, gênero ou nenhuma dessas questões que não interferem no desempenho das nossas funções.
Vocês concordam comigo? Tem alguma coisa para acrescentar? Me contem aqui nos comentários, a gente sempre pode aprender mais. Mil beijos!